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Filigrana

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Sala Interpretação da Filigrana

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A Filigrana, produção emblemática da nossa ourivesaria artesanal tradicional, tem em Portugal um território fértil e com uma história antiga, centrada especialmente em duas zonas da região norte do país, a saber Gondomar e Póvoa de Lanhoso, territórios onde se afirmou e desenvolveu desde cedo e de onde irradiou para outros locais do país e estrangeiro. Tratam-se dos dois núcleos de produção por excelência da Filigrana Portuguesa, cuja importância histórica e cultural é sobejamente conhecida e reconhecida.

 

As Terras de Lanhoso são há muito conhecidas pela sua ancestral ligação ao ouro. Achados arqueológicos proto-históricos na região comprovam este facto. Mais recentemente, a ligação aos importantes núcleos de produção de ourivesaria de Braga e Guimarães consolidaram esta apetência e criaram condições para o desenvolvimento de uma indústria artesanal local de caráter familiar. Especificamente as freguesias de Travassos e Sobradelo da Goma constituem, ainda hoje, “museus vivos” da ourivesaria tradicional e especialmente, dos trabalhos em filigrana, técnica fundamental pela qual a ourivesaria da Póvoa de Lanhoso se deu a conhecer e se afirmou.

 

Sala Interpretação da Filigrana

 

A Sala de Interpretação da Filigrana (SIF), integrada no edifício da Casa da Botica, é um recurso patrimonial voltado para a valorização e perpetuação desta forma tão valiosa e peculiar de trabalhar o ouro, como só os artífices da Póvoa de Lanhoso, mais concretamente das freguesias de Travassos e Sobradelo da Goma, o sabem fazer. Esta atividade, marcadamente artesanal que nos engrandece e orgulha, é a identidade de uma comunidade que eleva a arte da filigrana a estandarte povoense.

 

A palavra filigrana deriva do latim filum, fio de metal, e granum, um grão, e consiste no manuseamento de dois finíssimos fios de ouro ou prata, torcidos manualmente entre duas tábuas, convertendo-os numa ténue fita serrilhada. Posteriormente, e com recurso a uma pinça (ou buxela), o ourives vai preenchendo os espaços vazios da armação que, após concluir este processo, é coberta com solda e recorrendo a um maçarico faz a soldadura. Depois de esfriar, a peça é colocada num recipiente com ácido sulfúrico para branquear e, de seguida, mergulhada numa massa salitrosa para dar mais cor ao amarelo do ouro. No final deste processo químico, e com auxílio de uma escova metálica, a peça é polida com o propósito de lhe dar o brilho definitivo.

 

Todos estes processos, que exige do ourives um trabalho de grande minúcia e destreza, estão representados num itinerário expositivo que convida o visitante a apreciar os recursos utilizados, desde os grandes instrumentos de preparação do ouro até aos pequenos utensílios, para a conceção das mais belíssimas peças de filigrana que se encontram em exposição.

 

Este espaço expositivo também está dotado de dois painéis interpretativos, sendo que, um faz referência ao importantíssimo papel desempenhado pela Via Romana XVII, no escoamento do material aurífero entre Bracara Augusta (Braga) e Asturica Augusta (Astorga), e o outro painel apresenta uma abordagem sucinta da evolução histórica do trabalho do ouro, particularmente da filigrana.

 

A Sala de Interpretação da Filigrana (SIF) não é mais que uma merecida homenagem aos mestres filigraneiros, que representam um dos últimos bastiões nacionais na preservação da técnica da filigrana e fornecem ao país e ao mundo verdadeiras obras de arte.

 

Morada
Casa da Botica, Largo Barbosa e Castro
4830 – 517 Póvoa de Lanhoso

Horário de Funcionamento
Segunda-feira a Sábado
10h00 às 13h00 e das 14h30 às 18h00
Visitas de grupo por marcação prévia

Contactos
Tel. 253 639 708
E-mail: turismo@mun-planhoso.pt